Sunday, July 27, 2008

26 Julho 2008

Somos criaturas terríveis, com hábitos e atitudes ainda piores. Os melhores momentos são os genuínos, como ter um orgasmo, roer as unhas, chorar num filme... São esses que nos caracterizam e dizem quem somos, porque a maior parte do tempo somos o resultado de uma influência muito grande daquilo que nos rodeia. Agimos demasiado sob estímulos que recebemos e transforma-mo-nos numa coisa que, na verdade, não somos. Mas estamos a ser!
Sinto que, às vezes, não sabemos o que sentimos, o que queremos dizer ou fazer. Torna-se 'complicado' e não sabemos lidar com isso na vida, ou melhor, ninguém quer lidar com isso na vida.
Sei que somos uns bichos maus e cruéis, magoa-mo-nos uns aos outros, mesmo sem querer, mas porque aprendemos a ser assim. Não correspondemos às expectativas dos outros, nem eles às nossas. O pior acontece quando as elevamos acima do normal e, como dizem, a queda é muito maior.
Saudades da inocência, de brincar às barbies, de acreditar nos príncipes, nas fadas, nos finais felizes. Amor eterno, uma pessoa .. Com a idade estragam-nos, os 'adultos' tiram-nos a genuidade e sinceridade, a felicidade de uma vida descomplicada e despreocupada. Afinal, com a idade vem a responsabilidade e com ela, tudo o resto. Toda a vida real. Pensamos: o que é que eu vou fazer quando acabar o secundário? E depois a faculdade? E quando me reformar? São fases. A minha fase é outra, neste momento. Passa por uma auto - dúvida de capacidades, uma dúvida de relacionamentos e uma crise de adolescência. Em primeiro lugar, começo a captar capacidades que não admitia, tanto físicas como psicológicas, emocionais e intelectuais; sou capaz de me manter fiel a mim, aos meus amigos e pais, ao meu namorado. Por outro lado, e em segundo lugar, começo a questionar esses mesmos relacionamentos. Descubro que pode existir uma companhia silenciosa - com o meu pai - uma companhia de camaradagem - com a minha mãe - uma companhia de aprofundamento - com um ou outro amigo - e uma companhia duvidosa - com o meu namorado. Quando as dúvidas assaltam ... Enfim! A crise, nem quero começar.
Uma relação não tem de ser um sacrifício, mas uma cedência recíproca. Temos todos bons e maus momentos, saber partilhá-los é o mais importante, mas também aprender a fazer coisas que podemos não ter vontade, mas vão fazer a outra pessoa feliz, da mesma forma que gostaríamos que a esse mesma pessoa se desse ao trabalho de fazer o mesmo por nós. Pergunto-me o que é que acontece, quando nenhuma das partes tem paciência!

Friday, July 4, 2008

Cadeia de Favores

Cheira-me que, hoje em dia, é difícil prestar um favor a alguém. Quase toda a gente a quem o presto me quer levar o braço quando só dei a mão. Chateia-me fazê-los porque depois não tenho recompensa, pelo contrário, levo com um ai é? então logo vês! É espectacular essa capacidade de me fazer sentir tão bem depois de ter feito a mais pequena coisa que seja. Não à muito tempo alguém me disse para mim contam aqueles pequeninos, porque sem os grandes, passo eu bem! E é verdade, podemos passar bem sem o grande favorzão, mas os pequeninos, que podem ser muitos, não passamos.

É como a criançada de quem eu estou a cuidar. Alguns apercebem-se da trabalheira de os aturar, outros ... Nem por isso. No final do mês, são aqueles que chegam ao pé do ouvido e dizem obrigada!

Portanto, para quem me fez, faz ou fará favores: OBRIGADA!