Thursday, May 31, 2007

A Questão da Reciprocidade

O que é que acontece quando há, ou não há, reciprocidade? Porque é que as pessoas escolhem a reciprocidade? Ou porque é que não a escolhem? Será uma questão de escolher? Não virá isso com as circunstâncias, com as advertências, com as capacidades, as personalidades, os conflitos, os problemas.. Hoje e muito ultimamente deparo-me com um problema sério, ou mesmo problemático, que não tem muito a ver comigo, mas que acaba por me envolver. Dou comigo a ter reacções inconscientes e actos irracionais que, depois me arrependo, mas que me vêm a mostrar mais de outra pessoa. Como eu disse, e essa outra pessoa não acredita, não é por maldade, é mesmo pela falta de reciprocidade e pela 'desconfortabilidade' que existe. Quero eu dizer que, por mim, as pessoas não são más nem boas, as suas acções sim, são más ou boas e isso não é um reflexo da pessoa mas uma atitude, algo que vem dela, com ela. Existe uma pré disposição para maldade ou bondade o que não quer dizer que seja intencional. É algo que acontece. Tudo é em função de nós próprios e a partir de um certo ponto fazemos de tudo para nos protegermos. Quando levamos aquelas bofetadas depois de real esforço pensamos duas vezes antes de nos metermos na situação da outra pessoa e, de qualquer forma, não estamos isentos de a repetir. Digo-vos hoje que por outra vez levei outra bofetada, e sem me intitular de algo, sei que tenho razão e não estou aqui para aturar problemas que não me dizem respeito de uma pessoa com quem, e aqui está ela, reciprocidade. Nada recebi em troca do que fiz e passei a dar nada por aquilo que ela me diz. Não se contenham, nem se calem, digam porque a contenção cria prisão de ventre idealista.

Wednesday, May 23, 2007


Esticadíssimo!

Hoje fui ao cinema, outra vez. Fiquei sozinha com uma senhora, outra vez. Que tristeza estes adolescentes como eu não aderirem e terem a mesma vontade do culto cinematográfico. Enfim. Fui ver o filme 'Because I said so' com a fantástica Diane Keaton. Adoro os filmes dela e este não foi excepção. Achei a personagem um bocado exagerada, mas de qualquer das formas, estava um filme excepcional. Como fazem a maior parte dos filmes, fiquei a pensar na mensagem que ele transmite que, apesar de ser aquela mãe que só quer o melhor para as filhas, é se encontramos realmente uma pessoa, A pessoa e se ela é certa para nós. Já ouvi dizer que podemos amar uma pessoa e darmo-nos bem com ela, mas não é a nossa cara metade ou a pessoa da nossa vida. Perguntei-me, então, como é que sabemos que, a pessoa com quem estamos, é a pessoa da nossa vida? Quem nos garante que não vamos encontrar outra?
Claro que, quando estamos com alguém sentimos que nos preenche, que é a pessoa certa (até eu penso isso), que temos o par perfeito. Mas quem não me diz que, de repente, vem alguém e pronto, estraga tudo, seja de que lado for? Vivemos sempre com essa incerteza, sem nenhuma garantia do futuro e nenhuma segurança do outro. Podemos e devemos confiar, depositar o nosso mais precioso interior com outrém, mas, saindo magoados ou não, nunca temos a garantia que nos deixa levar. Não será assim? Ou estarei eu a divagar outra vez? A criar bichos onde está tudo bem ou onde não deve ser assim ou onde o curso não é assim?
Hhmm

Monday, May 21, 2007

Post A Secret

Aos domingos, para além de não fazer nada, tenho o hábito de ver o blog 'Post Secret'. Mostrou-me uma amiga e, desde então, nunca mais deixei de ser fã. Até já cai na tentação de enviar um segredo para lá. Tolices da hora. Mas todos aqueles segredos fazem-me pensar que todos temos partes que, para além de nós, são desconhecidas para os outros. Aqueles segredos, aquele blog é mais uma forma de nos tentarmos conhecer melhor ou garantirmos a coragem de dizer o que, normalmente, não diríamos. Apesar de tudo ... Conseguimos chegar à conclusão de que, muitas vezes partilhamos o mesmo segredo ou a mesma vontade secreta de alguns dos posts. Quem os envia permanece anónimo e portanto, estarão a admitir ou apenas a aperceber-se do que se passa? Dirão que o enviaram? Resolverá, no fim, algum problema?

Deixo-me pelos segredos, pelas vontades ... Hoje não estou inspirada o suficiente para isto. Bom resto de dia aos leitores.

Thursday, May 17, 2007

Empurrões inesperados

E afinal, a coragem existe. Quando menos esperamos - ou quando o desespero já ultrapassa o espírito - aparece aquele empurrãozinho de que precisamos para enfrentarmos os monstros que nos percorrem. Quando ela vem, vem em força e então em mim, garanto que marca golo. Posso não ser o mais correcto possível, mas ... O que interessa é que falei, disse e esvaziei a pia.

Uma banana pelos fortes, corajosos e ... Por quem lida com os problemas que enfrenta.

Tuesday, May 15, 2007

A vontade de falar.

Afinal de contas, sem ela o que seríamos nós? A linguagem, a fala, o portal da nossa comunicação, aquilo pelo qual transmitimos o que, potencialmente, sentimos.
Quero ser capaz de falar sobre tudo. Quero ter vontade de dizer seja o que for. Quero realmente pensar que posso dizer. Dizer isto, aquilo, dizer só!
É triste quando não conseguimos falar. É triste quando retemos as palavras que tanto queremos dizer, mesmo sabendo possíveis consequências. Mas por vezes, o melhor remédio é mesmo não falar. Mas acaba por voltar essa vontade. Mais cedo ou mais tarde. E todos sabemos que, quando guardamos alguma coisa, quem sofre somos nós e, eu, a pensar no egocentrismo das pessoas, acho que já não vale a pena. Guardar não me ajuda. Guardar afecta-me, transforma-me numa pessoa que não sou e torna-me desconfortável.
Hoje dou um sinal de + pela fala. Pela possibilidade de falar e pelo que isso traz consigo.

Monday, May 14, 2007

A tentação da criação

Todos queremos criar.
Todos sentimos a tentação de criar: seja um cartaz, seja uma música, seja um poema, um livro, um texto, um desenho, um blog. Faz-nos sentir que contribuímos para alguma coisa. Que estamos a dar o contributo para algo maior que nós e, ao mesmo tempo, algo a que fazemos parte - uma comunidade ou sociedade ou grupo. De qualquer das maneiras, acabamos por esquecer, por fazer uma espécie de 'delete' da nossa memória seleccionando apenas aquilo que nos faz feliz.
Assim, nesta estranha leveza do meu ser, garanto aqui, o meu pequeno pedaço de sanidade mental ou o que resta dela.