Ele estava na rua. A vaguear. Na baixa sentia-se 'menos sozinho'. Parecia que a semana lhe estava a cair em cima e precisava de alguém. Não era o divórcio dos pais ou a falta de dinheiro. Era o problema que todos os adolescentes das sociedades modernas e do século XXI têm: a paixão, ou aquilo que julgam ser paixão.
Estava a sofrer por alguém, por ele, por todos. Apetecia-lhe fazer qualquer coisa, revoltar-se, virar-se contra tudo. Já nada era seguro e nada parecia encaixar porque não tinha a atenção de quem mais queria e 'precisava'.
Chegou a casa, jogou os dedos à garganta e num instante puxou o autoclismo com aquilo que só poderiam ser os restos do almoço. Com a cabeça à roda, sentou-se no sofá a beber água e a engolir aquele sabor amargo na garganta arranhada. Ligou a televisão e ficou estático, durante duas horas a pensar no que tinha feito. A arrepender-se, da mesma forma que se arrependeu do dia anterior, e do dia anterior e assim sucessivamente. Ele sabe que o sentimento passa da próxima vez que se sentir em baixo e tentado a estragar-se.
Sem saber ao que e a quem recorrer, achou que se estava a ajudar sozinho, que assim se ia sentir melhor, menos abandonado e menos carente, apesar do vazio no peito e, constantemente, no estômago.
Verdade seja dita, sentia um prazer pequeno depois de passar algum tempo. Quando a barriga dava horas, fazia qualquer coisa que o distraísse. Era mais um dia na vida dele, de mais um no século XXI.
Estava a sofrer por alguém, por ele, por todos. Apetecia-lhe fazer qualquer coisa, revoltar-se, virar-se contra tudo. Já nada era seguro e nada parecia encaixar porque não tinha a atenção de quem mais queria e 'precisava'.
Chegou a casa, jogou os dedos à garganta e num instante puxou o autoclismo com aquilo que só poderiam ser os restos do almoço. Com a cabeça à roda, sentou-se no sofá a beber água e a engolir aquele sabor amargo na garganta arranhada. Ligou a televisão e ficou estático, durante duas horas a pensar no que tinha feito. A arrepender-se, da mesma forma que se arrependeu do dia anterior, e do dia anterior e assim sucessivamente. Ele sabe que o sentimento passa da próxima vez que se sentir em baixo e tentado a estragar-se.
Sem saber ao que e a quem recorrer, achou que se estava a ajudar sozinho, que assim se ia sentir melhor, menos abandonado e menos carente, apesar do vazio no peito e, constantemente, no estômago.
Verdade seja dita, sentia um prazer pequeno depois de passar algum tempo. Quando a barriga dava horas, fazia qualquer coisa que o distraísse. Era mais um dia na vida dele, de mais um no século XXI.