Tuesday, November 18, 2008

Erupções da literatura #9

O amor abrupto excitava-a. Aquela fugacidade do momento. Aquele espírito carnífice. Aquela vontade de devorar. A paixão no seu ponto mais cruel, de maior prazer. Quando ele passa a mão entre as pernas, entre o peito, entre os lábios. Aquela vontade de o agarrar e arranhar e puxar, a sensação de que a cama se vai partir, que as suas pernas vão cair, o orgasmo vai subir... Excita-lhe que ele a agarre, a prenda, a torne sua refém. Refém de um amor separado, de um amor impossível, de um amor vivo e apaixonante. Não existem muitos sentimentos puros, mas aqueles que eles têm durante o sexo são reais, revigorantes. Tornam-se monstros de prazer. Quando ela lhe toca, lhe agarra, aperta, para cima, para baixo, a sua vontade é de rachar a parede. Puxar o lençol, tapar a boca, morder com força. Quer mais, mais e mais, sem nunca parar, até ao cume. Até não poder mais. Até não querer mais. A melhor parte é o final. Aquele que fica ao critério de cada um.

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