Thursday, April 9, 2009

Erupções da Literatura #9

Depois daquela ausência e eterna separação, chegou a tarde de domingo em que ele veio. Veio de longe, como um soldado que vai em guerra e volta são e salvo. Entre matar saudades, fazer sexo e beijar, foi tudo junto, tudo ao mesmo tempo, tudo transpirante. Ela preparou-se e, à beira de um ataque com falta de sexo agarrou-o, atirou-se para cima dele, e fez o que nunca tinha feito até agora: possuído, gritou, falou, o quanto sentia a sua falta, daquela sensação, de ele dentro dela, dela dentro dele, da troca de fluídos, da troca de carinhos, dos gemidos, do prazer, da vontade, do entrar e sair, do silêncio depois de tudo, da cara durante o orgasmo, o romper do prazer, o romper de um mês de separação, o final de um mais um período, pelo menos para ela, de abstinência - porque com os homens nunca se sabe. No início, ele voltará a fazer das suas: com a mão a percorrer o seu corpo, dotado de uma vontade de a ouvir ao ouvido e a emitir pequeninos gemidos e vontades, tocou-lhe no peito, no pescoço, na perna, por baixo das cuecas. Tocou até ela não poder mais, até ela rebentar de um mês inteiro, como uma forma de alívio. De mãos dadas, olhos ferrados e abraçados, adormeceram naquela tarde aparentemente aborrecida, onde tudo tinha parecido acontecer.

2 comments:

L said...

no mínimo, biográfico.

NoLogo said...

nem por isso :p só mínimas coisas!